LIBERTANDO-SE DA VIOLÊNCIA FAMILIAR: SEUS DIREITOS SOB A LEI MARIA DA PENHA E COMO ENCONTRAR APOIO JURÍDICO
- Lima & Quirino Advocacia
- 15 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
A triste realidade da violência familiar afeta mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ em diferentes contextos. Este artigo explora como a Lei Maria da Penha, uma legislação crucial no Brasil, pode ser uma ferramenta vital na proteção contra a violência doméstica.
Lei Maria da Penha: Principais Pontos
1. Medidas Protetivas: A Lei Maria da Penha prevê uma série de medidas protetivas, visando garantir a segurança da vítima e prevenir novos episódios de violência. Isso inclui o afastamento do agressor do lar, proibição de contato e impedimento de frequentar determinados lugares.
2. Formas de Violência Abordadas:
Violência Física, Psicológica, Sexual, Patrimonial e Moral: A legislação abrange diversas formas de violência, desde agressões físicas até danos emocionais, patrimoniais e morais.
Abrangência da Lei Maria da Penha
A aplicação da Lei Maria da Penha não se restringe a casos de violência por parte de companheiros, estendendo-se a qualquer membro da família.
Jurisprudências recentes reforçam essa amplitude, incluindo a proteção de uma menina com deficiência contra a própria mãe. A lei também se estende a situações de violência envolvendo vizinhos, amigos da família e outros relacionamentos interpessoais.
A Lei Maria da Penha também já foi aplicada para proteger uma empregada doméstica de violências exercidas pelo empregador. A jurisprudência defendeu que as restrições e benefícios estabelecidos pela Lei Maria da Penha também se estendem à relação empregatícia da mulher que presta serviços domésticos em residências de famílias, conforme o inciso I do artigo 5º da Lei nº 11.340/2006.
Esta decisão específica é importantíssima, pois destaca a aplicação da legislação mesmo em cenários laborais domésticos, onde a vulnerabilidade das trabalhadoras é frequentemente acentuada.
Proteção para Mulheres Trans, Travestis e Homens Trans
É fundamental salientar que a Lei Maria da Penha protege todas as mulheres, independentemente de sua identidade de gênero. Ela se aplica a relacionamentos heteroafetivos e homoafetivos.
Inclusive, no Rio Grande do Norte, foi deferida medida protetiva com base na Lei Maria da Penha (11.340/2006) em favor de um homem trans. O juiz destacou o "microssistema de vulnerabilidade que homens trans passam, causada pela transfobia e violência de gênero".
Essa decisão ressalta a importância de adaptar a aplicação da Lei Maria da Penha para abranger não apenas as vítimas tradicionalmente associadas, mas também aqueles que enfrentam discriminação e violência com base em sua identidade de gênero.
Canais de Denúncia e Acolhimento
Para enfrentar a violência familiar, é essencial conhecer os canais de denúncia e acolhimento. Além dos órgãos de segurança pública, há organizações e centros específicos. Destaco:
1. Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180
2. Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher
3. Defensoria Pública e Assistência Jurídica Gratuita
Além dos recursos legais, é essencial buscar apoio emocional e psicológico. Acredite, você não está só! Existe uma rede de apoio para te acolher.
Vamos juntas na luta por um mundo sem violência contra as mulheres.
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